domingo, 1 de fevereiro de 2009

Nossa... quanto tempo!

Pois essa semana minha paciência se esgotou. Sim, é como dizem: meu coração parou de funcionar, ou seja, meu computador queimou. E aí procurei com angústia e urgência uma assistência técnica que me devolvesse à vida numa tela de login. Mas, mais uma vez, eu fui vergonhosamente mal atendida. E por isso a paciência foi-se. Foi-se para tão cedo não voltar.

Não foi uma vez em um curto espaço de tempo. Foram alguns almoços com medo dos resíduos que poderiam ter no meu lanche, foram entradas e saídas desapercebida de lojas em que eu realmente não estava só dando uma olhadinha, bem como trocos errados (para menos, claro), groselha ao invés de coca e outros tantos dissabores comerciais.

Bom, entre tantas patadas assalariadas e frustrações atacadistas eu só tenho duas coisas a dizer: Eu odeio cliente de banco e eu quero meu computador.

sábado, 25 de outubro de 2008

Das pessoas que eu gosto

Antes eu achava que gostava de um tipo de pessoa: aquele que eu gostava. E, de certa forma, me fazia sentido.
Se eu gostava, tinha porque. Pensei nas pessoas que eu gostava, me sentia atraída por ou gostava de estar presente junto.
Descobri que a minha primeira impressão sempre está errada; a pessoa que eu não gosto acaba por virar muito próxima. Descobri que quanto mais extrovertida, mais eu me aproximo. Quanto mais fechada, mais eu quero abrir. Quanto mais chata, mais chata eu quero ser junto.
Aquelas mega populares, que todos amam, eu me distancio. Aquelas que se aproximam sem conteúdo, também. Aquelas que não gostam de mim, eu finjo que não ligo até saber o porque.
Me atraio por aquelas que possuem conhecimento que eu não tenho, especialmente aquele que eu quero ter. Me aproximo daquelas que me parecem o oposto e posso garantir, são meus melhores amigos hoje.
Eu não sei que pessoa que eu atraio, ou quem se aproxima de mim, mas sei que, aquela máxima de que os amigos escolhem você pode estar meio equívoca; eu deixo ficar.
E ao ver quem está próximo, vejo uma variedade de pessoas tão estranhas e tão cheias de conhecimentos que eu não possuo, que sempre que me deparo com qualquer uma delas, somente quero aproveitar. E dar um pouco de mim.
Aí chego a conclusão de que gosto de pessoas extremamente extrovertidas, problemáticas, cultas, com problema de ego, carentes, bem resolvidas, perdidas e tresloucadas.
E, querendo ou não, me vejo um pouco em cada uma delas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A caixa de pessoas

Por muito tempo foquei minha vida no meio das pessoas como a vida que depende das pessoas. Das outras. Hoje percebo que, de certa forma, e por inúmeras vezes, foi uma forma de justificar tudo que deu errado ou não funcionou ao longo dos anos.
Antes, tinha amigas e queria que fossem só minhas. Se não fossem, eu logo me desencaixava, não estava adequada, me sentia perdida. E um tempo depois, me juntei à outras pessoas. Foi quando descobri que tinha diversas pessoas presentes mas, na realidade, nenhuma muito próxima. Culpei as pessoas, sabendo que a culpa era minha. Resolvi então me apegar de novo, de forma não sufocante, nem para mim, nem para ninguém que estivesse comigo. Descobri o equilíbrio, re-descobri o que é ser quem eu sou.
Em todo esse tempo fui escolhendo a dedo os amigos próximos. Os deixando bem próximos, cuidando com carinho, escondendo de cada um que eu queria que eles fossem só meus. E são meus. E de outros também, ainda bem.
Hoje, sinto que tenho a parte boa e ruim de todos eles e à mim, somente adiciona. Feliz por ter a amiga que no segundo parágrafo me afastei porque queria só pra mim. Feliz por não ter mais a outra amiga que formava o trio.
Lendo o blog de uma outra amiga, descobri que ela coloca em uma caixa nomes de pessoas que não mais estão presentes em sua vida, por um motivo ou outro. Hoje eu não sinto falta de nenhuma mais que não esteja presente – e falo daquelas com as quais não tenho mais nenhum contato ou não dispendo um segundo sequer pensando. Mas, escrevendo esse texto, consegui me lembrar de varias, que foram parte significativa ou não, ao menos que elas soubessem.
Tenho uma caixa mental, não somente com nomes, mas com toda a experiência, aprendizado, raiva, desafetos, amores, como um currículo de todas essas pessoas. E somente parei pra pensar nisso agora. Fiquei mais leve ao me lembrar de que as pessoas presentes, essas sim importantes, também montam uma lista em minha vida. Mas daquelas gostosas, como se fossem receita de bolo, que você vai seguindo passo a passo pra ver um resultado delicioso. E, lógico, se o bolo não subir, provavelmente eu me esqueci de algum ingrediente da lista, e isso, é inadmissível.
A caixa de pessoas faz parte do reconhecer, aceitar e crescer. Por isso fica fechada. O bolo a gente divide com quem gosta. E faz por eles.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Do que se quer

Não sei se é só comigo, mas todas as vezes em que eu vou a algum café, daqueles com pessoas de meia idade lendo a Folha, uns de mais idade fumando um charuto (sentindo-se em Londres... hahaha) e uns universitários com dinheiro pra um pedaço de torta holandesa, alguma coisa se renova na minha vida. Os meus objetivos ficam muito mais objetivos. Os meus sonhos ficam muito mais furiosos. Ah, vem uma garra! Uma vontade de mudar tudo! Sim, sim, porque vejo um apartamento bonito, com aquela meia luz, um sofá que me recebe deitada, lá pelas 23:15 de alguma noite cansada. E sempre estou sozinha nessas imagens. Será? Pra sempre, será?! Bom...
E hoje foi um desses dias. Dia de ir ao café. De conversar com o melhor amigo sobre as merdas que vim fazendo nos últimos dias, os sonhos frustrados, as cagadas dos conhecidos e o mais. O muito mais: os desejos pros próximos dias.
Sim, porque é, pra mim, uma espécie de reveillon mesmo! Aliás... muito melhor! A calcinha não precisa ser nova, a lentilha pode virar torta, não preciso estar na praia, nem sair abraçando niguém que não me apeteça. E o que é melhor: sem a depressão de fim de ano. Ai, vivam os cafés!
E depois de chegar em casa, a imagem do apartamento vira equação. O segundo pedaço de torta vira função. E por todas as imagens é que decido andar. Dar o próximo passo. Uns doem, é verdade. Mas precisam ser pisados. E que as pegadas fiquem no meu tempo, então. E que se possa olhar pra trás e ver que foram elas que me levaram até "o lá" que quero estar. O segundo pedaço da torta. O terceiro. O café.

Mais champanhe. Dessa vez pra receber os novos votos. Dessa vez pra dar valor às pegadas que já ficaram.

Mais. Bem mais.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Das grandes pequenezas

Porque em matéria de nóias as vezes me sinto como aquele velho acadêmico, que sabe tanto sobre o assunto que já perdeu a noção sobre o quê e pra quem falar. Porque mais triste que uma constatação é uma auto-constatação. Dói sensivelmente mais.
Mas, de todas as nóias que a adolescência me apontou que teria, boa parte já passou. Sim, as nóias sobre carreira, o emprego, casa própria, namorado próprio... e hoje, por sinal, enquanto eu andava por uma das ruas do campus, com uma sandália de salto altíssimo, a chave do carro na mão e a matéria da prova na cabeça, tive por um agradável e quase orgástico momento um sentimento de bem-estar. Não sei definir o que passou, mas por uns segundos vi que hoje sou bem parecida com o que eu queria... sabe aquela mulher que aos 15 você idealiza ser? Sim, ela. Gostei. É o tempo passando. E você passando junto com ele.
Mas com um pouco de vivência vai ficando claro o que faz parte de você e o que fez parte de você. Porque algumas merdas você tem que se conformar de que sempre andarão aí do seu lado. E ai, ai... por ora, consigo pensar em uma...
Ciúme! De quê?
Da mesa do trabalho, daquela caneta amarela que eu nunca usei e, exatamente por isso, ninguém mais deve usá-la, do irmão que insiste em ter uma vida amorosa, daquele abraço mais apertado que a amiga x deu na amiga y, considerando-se que meu nome é z, além do óbvio... as sirigaitas que sempre rondarão o parceiro, seja ele quem for.
Mas tudo isso muito natural.
Porque de tudo isso, só uma coisa importa: saber que pessoas virão, pessoas irão, coisas se quebram, coisas se compram. Saber que tudo que se sentir vai passar quando o seu sono chegar. Seja ela a melhor sensação do dia. Seja a pior. Saber que algumas delas não voltam quando você acorda. E que talvez essa seja a solução. Saber que por mais que você queira manter agumas poucas pessoas do seu lado, elas simplesmente não ficarão. E no entra e sai de gente, ganha mais quem não segura a catraca. Deixa ir, deixa entrar.
Porque o que me importa é saber que a sexta chegou e aqui tem um pé cansado de salto alto e um coração que não precisa de outro pra bater no ritmo. Que a maioria dos meus problemas tem prazo de validade. Que eu não preciso me preocupar com muito essa noite, porque muito pouco eu vou fazer.
Agora eu preciso me deitar e imaginar quem eu quero ser aos 35. Porque vai ser numa rua de algum lugar que vou me lembrar de hoje e, num arrepio ver que nóias nascem pra divertir a vida.

E deixa a sexta dizer que por ora está bom!

E cada um que estoure o seu champanhe!
Com prazer.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Das segundas vezes

A questão é:
A segurança vem quando?
Na primeira faculdade eu não tinha certeza de nada ao mesmo tempo que havia saído do ensino médio cheia de segurança. Porque ser adolescente é ser formado em aparentar segurança, uma forma de barreira do mundo exterior, mesmo que por dentro se esteja quebrado.
A faculdade passou, segmentada em cinco anos de aulas mal aproveitadas, textos mal lidos e uma formação que poderia ter sido melhor embora eu saiba que, de alguma forma, absorvi algum conteúdo.
O primeiro emprego veio completamente não relacionado com a faculdade, junto com medo e empolgação de início e as eventuais depressões com o estado de vida em que me encontrava.
A segunda faculdade surgiu dessas depressões e me completou por dois anos e, desta vez, eu aproveitei tudo o que deveria, criticando mais o curso, as matérias e tudo relacionado porque já havia feito a primeira faculdade. A segurança estava lá, de certa forma, mas o contentamento não.
O segundo emprego veio, desta vez relacionado com a faculdade, mas a segurança não seguiu junto de mãos dadas.
Virá ela no segundo emprego da mesma área?
Penso nessa linha de tempo e me questiono se a tal segurança vem do tempo, da vontade, da relação com os colegas de trabalho ou simplesmente do conhecimento do que se está fazendo.
Eu não me sinto segura nem com certos amigos, quem dirá com desconhecidos. Eu mal me sinto segura fazendo o que sempre fiz, quem dirá coisas novas.
Acho que o lado que equilibra é a vontade de aprender. E só ela.
E creio que a atriz adolescente que mostrava segurança ainda existe, e cada dia melhor, pois convive num mundo cheio de outros atores que não inspiram confiança alguma, mas são o retrato dela.