sábado, 25 de outubro de 2008

Das pessoas que eu gosto

Antes eu achava que gostava de um tipo de pessoa: aquele que eu gostava. E, de certa forma, me fazia sentido.
Se eu gostava, tinha porque. Pensei nas pessoas que eu gostava, me sentia atraída por ou gostava de estar presente junto.
Descobri que a minha primeira impressão sempre está errada; a pessoa que eu não gosto acaba por virar muito próxima. Descobri que quanto mais extrovertida, mais eu me aproximo. Quanto mais fechada, mais eu quero abrir. Quanto mais chata, mais chata eu quero ser junto.
Aquelas mega populares, que todos amam, eu me distancio. Aquelas que se aproximam sem conteúdo, também. Aquelas que não gostam de mim, eu finjo que não ligo até saber o porque.
Me atraio por aquelas que possuem conhecimento que eu não tenho, especialmente aquele que eu quero ter. Me aproximo daquelas que me parecem o oposto e posso garantir, são meus melhores amigos hoje.
Eu não sei que pessoa que eu atraio, ou quem se aproxima de mim, mas sei que, aquela máxima de que os amigos escolhem você pode estar meio equívoca; eu deixo ficar.
E ao ver quem está próximo, vejo uma variedade de pessoas tão estranhas e tão cheias de conhecimentos que eu não possuo, que sempre que me deparo com qualquer uma delas, somente quero aproveitar. E dar um pouco de mim.
Aí chego a conclusão de que gosto de pessoas extremamente extrovertidas, problemáticas, cultas, com problema de ego, carentes, bem resolvidas, perdidas e tresloucadas.
E, querendo ou não, me vejo um pouco em cada uma delas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A caixa de pessoas

Por muito tempo foquei minha vida no meio das pessoas como a vida que depende das pessoas. Das outras. Hoje percebo que, de certa forma, e por inúmeras vezes, foi uma forma de justificar tudo que deu errado ou não funcionou ao longo dos anos.
Antes, tinha amigas e queria que fossem só minhas. Se não fossem, eu logo me desencaixava, não estava adequada, me sentia perdida. E um tempo depois, me juntei à outras pessoas. Foi quando descobri que tinha diversas pessoas presentes mas, na realidade, nenhuma muito próxima. Culpei as pessoas, sabendo que a culpa era minha. Resolvi então me apegar de novo, de forma não sufocante, nem para mim, nem para ninguém que estivesse comigo. Descobri o equilíbrio, re-descobri o que é ser quem eu sou.
Em todo esse tempo fui escolhendo a dedo os amigos próximos. Os deixando bem próximos, cuidando com carinho, escondendo de cada um que eu queria que eles fossem só meus. E são meus. E de outros também, ainda bem.
Hoje, sinto que tenho a parte boa e ruim de todos eles e à mim, somente adiciona. Feliz por ter a amiga que no segundo parágrafo me afastei porque queria só pra mim. Feliz por não ter mais a outra amiga que formava o trio.
Lendo o blog de uma outra amiga, descobri que ela coloca em uma caixa nomes de pessoas que não mais estão presentes em sua vida, por um motivo ou outro. Hoje eu não sinto falta de nenhuma mais que não esteja presente – e falo daquelas com as quais não tenho mais nenhum contato ou não dispendo um segundo sequer pensando. Mas, escrevendo esse texto, consegui me lembrar de varias, que foram parte significativa ou não, ao menos que elas soubessem.
Tenho uma caixa mental, não somente com nomes, mas com toda a experiência, aprendizado, raiva, desafetos, amores, como um currículo de todas essas pessoas. E somente parei pra pensar nisso agora. Fiquei mais leve ao me lembrar de que as pessoas presentes, essas sim importantes, também montam uma lista em minha vida. Mas daquelas gostosas, como se fossem receita de bolo, que você vai seguindo passo a passo pra ver um resultado delicioso. E, lógico, se o bolo não subir, provavelmente eu me esqueci de algum ingrediente da lista, e isso, é inadmissível.
A caixa de pessoas faz parte do reconhecer, aceitar e crescer. Por isso fica fechada. O bolo a gente divide com quem gosta. E faz por eles.